Nenhum profissional nasce pronto, e justamente um dos maiores desafios da medicina veterinária é o treinamento dos estudantes para partirem para o atendimento clínico.
As atividades práticas do curso de Medicina Veterinária dependem dos casos analisados e tratados em unidades de atendimento disponibilizadas pela faculdade, como clínicas-escola, fazendas-escola ou clínicas veterinárias parceiras da instituição. Além disso, existem as aulas práticas em laboratórios que, muitas vezes, utilizam partes de animais in natura.
Esse cenário gera algumas adversidades, incluindo insegurança dos estudantes, instabilidade dos pacientes ou amostras, dificuldade de preservação dos cadáveres e, até mesmo, questionamentos éticos relacionados à vida animal.
Como um bom curso de Medicina Veterinária pode superá-las? Conversamos com a Profª Mª Dieime Dias para entender cada desafio e refletir sobre suas soluções. Confira!
Desafios do curso de Medicina Veterinária
1. Ética veterinária
Um dos pilares do curso é a ética médica veterinária. Os profissionais devem prezar pelo bem-estar dos seus pacientes, os animais, e ainda lidar respeitosamente com as emoções dos seus tutores.
No entanto, um treinamento prevê uma jornada de erros, acertos e melhoramentos, mas trabalhar com animais vivos (e que, muitas vezes, estão com incômodos e dores) ou cadáveres torna essa jornada mais delicada.
Como os estudantes podem treinar sem haver sofrimento animal? Dieime explica que encontramos a resposta observando os cursos de medicina humana: por meio dos centros de simulação. Eles contam com equipamentos didáticos, como simuladores e modelos de anatomia, que complementam o ensino teórico.
2. Cuidado psicossocial dos estudantes
Atender animais nas clínicas ou fazendas-escola coloca uma grande pressão sobre os futuros profissionais. A inexperiência em realizar um procedimento pode deixá-los inseguros de que um erro ou socorro demorado prejudique uma vida.
A prática leva à perfeição, mas e o peso de praticar em um ser vivo? Para a professora, o treinamento em simuladores veterinários prepara os estudantes para as práticas de atendimento em animais reais, incluindo no ponto de vista psicossocial. Na simulação, eles também lidam com questões emocionais que podem interferir em um procedimento, além de treinarem até se sentirem confiantes para a prática clínica.
3. Instabilidades no treinamento
Imagine uma sala com 60 alunos estudando as etapas gestacionais de equinos; na fazenda-escola, contudo, há apenas duas éguas grávidas. Por conta disso, talvez nem todos realizem o procedimento de palpação, e as experiências de quem a realizar poderão ter grandes variações.
Os centros de simulação oferecem as mesmas condições de treinamento aos estudantes. Dieime também enfatiza que os centros podem viabilizar o estudo de doenças e procedimentos que eles nunca teriam a oportunidade de presenciar na clínica-escola, visto que ela depende dos casos que buscam sua ajuda.
4. Preservação das partes animais in natura
Aulas que utilizam animais in natura também têm suas dificuldades, em especial as relacionadas com a preservação dessas peças. A faculdade deve manter um gasto contínuo com materiais de conservação e, ainda assim, as peças normalmente perdem a cor com o tempo, não permitindo que os estudantes tenham uma boa visualização da anatomia animal.
Além disso, a professora destaca que o uso do formol é causador de alergias em alguns estudantes e trabalhadores dos laboratórios, mas os produtos que o substituem, como a solução salina, nem sempre promovem o mesmo resultado.
Uma solução aqui é o uso de modelos anatômicos de animais. De maneira realista e detalhada, eles replicam o corpo, membros, órgãos e sistemas dos diferentes animais estudados no curso de Medicina Veterinária, facilitando a visualização e o aprendizado.
5. Conhecimento dos equipamentos veterinários
Um dos desafios da medicina veterinária é que seus profissionais possam sempre proporcionar atendimento de qualidade, com diagnósticos rápidos e precisos e tratamentos eficientes. Para isso, eles precisam ter contato com equipamentos veterinários que aceleram os diagnósticos e melhoram as práticas da profissão desde a faculdade.
A professora Dieime já observou casos em que os futuros estudantes analisaram se as instituições nas quais eles pretendiam se matricular mantinham um laboratório tecnológico que acompanhasse a evolução da medicina veterinária e os preparasse para o mercado de trabalho. Afinal, quando eles iniciarem suas carreiras em clínicas, precisarão conhecer e manipular essas máquinas e dispositivos.
Um campo em constante pesquisa e atualização
Por fim, vale destacar que a medicina veterinária é um campo em constante aprimoramento. Instituições de ensino formam os futuros profissionais e ainda são centros de pesquisas científicas. Elas não apenas utilizam as melhores técnicas para pesquisa científica e atendimento clínico, como também podem elaborar métodos inovadores que serão adotados pelo mercado.
A busca por tecnologias que aceleram diagnósticos e preservam o bem-estar animal é um interesse de todos: pesquisadores, médicos veterinários, professores, estudantes, fabricantes e fornecedores de equipamentos. Para seguir nessa carreira, é fundamental manter espírito inovador e acompanhar as atualizações e os avanços da tecnologia na medicina veterinária.
Assim como na medicina humana, os cursos de Medicina Veterinária no Brasil não podem deixar de lado as tecnologias de simulação, os modelos anatômicos didáticos e os novos equipamentos para exames e procedimentos. A webASAP é o parceiro ideal na jornada de modernização da sua instituição! Visite nosso site e conheça nossas soluções.